FLAC Vs CD AUDIO
+9
nmoc hifi
vfarias
paa
manel1
jpinto
Lotp
ricardo onga-ku
ruifigueiredo
Lost
13 participantes
Fórum audiopt.net :: audio :: Fontes
Página 2 de 3
Página 2 de 3 • 1, 2, 3
Re: FLAC Vs CD AUDIO
paa escreveu:Em 16/44 o ganho pode ser marginal (eventual redução do jitter); devia experimentar. O ganho está em passar a ter 24/96.
FLAC e CD são iguais. Quem vier com historias mirabolantes de diferenças está a fazer uma de duas coisas:
1-Comparar setups fundamentalmente diferentes.
2-A ouvir diferenças que não existem. E que não detectaria em blind testing.
Um conjunto de flacs e um .cue SÃO iguais ao CD original. Desde que o leitor de cd do computador seja decente. E isso com o EAC e o AccurateRip conseguimos saber se o nosso setup é bom ou não para fazer os RIPs.
A titulo de curiosidade aqui à algum tempo fui a casa de um amigo com um sistema de vários milhares de euros. Em alguns blind tests troquei o transporter dele por um leitor de cd/dvd de 15€ da worten ligado por spdif ao DAC externo dele. Resultado? Digamos que ele já não tem o transporter porque não vale a pena ter equipamentos de 1500€ que não se conseguem detectar.
Em relação ao mito 16/44 VS 24/96 podemos falar aqui um dia dele. Deixo apenas dois nomes MEYER e MORAN

Gustavo
Re: FLAC Vs CD AUDIO
Só revela que um leitor de cd mediano é suficiente como transporte, acartando maior responsabilidade para bons resultados, um DAC externo.
Pierre- Membro Audiopt
- Número de Mensagens : 1195
Idade : 53
Localização : Elvas
Interesses : Música, cinema, futebol e petisco.
Data de inscrição : 08/06/2007
Pontos/Reputação : 1079
Re: FLAC Vs CD AUDIO
[quote="humpback"]
Por favor desenvolva o tema um pouco, se não for apropriado neste post pois peço à Administração que o mova para um novo.
paa escreveu:
Em relação ao mito 16/44 VS 24/96 podemos falar aqui um dia dele. Deixo apenas dois nomes MEYER e MORAN
Gustavo
Por favor desenvolva o tema um pouco, se não for apropriado neste post pois peço à Administração que o mova para um novo.
Lotp- Membro Audiopt
- Número de Mensagens : 119
Data de inscrição : 26/03/2009
Pontos/Reputação : 206
Re: FLAC Vs CD AUDIO
humpback escreveu:paa escreveu:Em 16/44 o ganho pode ser marginal (eventual redução do jitter); devia experimentar. O ganho está em passar a ter 24/96.
FLAC e CD são iguais. Quem vier com historias mirabolantes de diferenças está a fazer uma de duas coisas:
1-Comparar setups fundamentalmente diferentes.
2-A ouvir diferenças que não existem. E que não detectaria em blind testing.
Um conjunto de flacs e um .cue SÃO iguais ao CD original. Desde que o leitor de cd do computador seja decente. E isso com o EAC e o AccurateRip conseguimos saber se o nosso setup é bom ou não para fazer os RIPs.
A titulo de curiosidade aqui à algum tempo fui a casa de um amigo com um sistema de vários milhares de euros. Em alguns blind tests troquei o transporter dele por um leitor de cd/dvd de 15€ da worten ligado por spdif ao DAC externo dele. Resultado? Digamos que ele já não tem o transporter porque não vale a pena ter equipamentos de 1500€ que não se conseguem detectar.
Em relação ao mito 16/44 VS 24/96 podemos falar aqui um dia dele. Deixo apenas dois nomes MEYER e MORAN
Gustavo
Viva
Com todo o respeito que merece a sua opinião, essa coisa dos blind testes não me convence e passo a explicar porque:
- Muitas pessoas não estão treinadas para discernir diferenças de pequena amplitude, simplesmente não sabem bem o que procurar na música, em que se centrar aquando dos blind test para fazer uma análise correcta das diferenças (disse muitas pessoas, não todas, falo apenas das muitas pessoas que conheço).
- Conheço algumas pessoas que para avaliar a performance de um sistema de som necessitam apenas de alguns minutos, eu digo, preciso de bastante tempo, nomeadamente quando se comparam equipamentos de já com bastante qualidade. Quantas vezes ouvimos um sistema que nos parece muito detalhado, em que parece que se ouve tudo com uma nitidez impressionante e mal sabemos que esse mesmo sistema causa cansaço ao fim de alguns minutos.
- Será que num blind test em que geralmente se ouvem poucas faixas e por pouco tempo, se consegue abarcar toda a informação que compõe uma gravação e a capacidade do sistema reproduzir correctamente por exemplo a acústica da gravação, o designado PRaT (Pace/Rhythm/Timing), a capacidade dinâmica do sistema, enfim , um sem número de variáveis que podem fazer a diferença entre um bom sistema que custa 5.000€ e outro bom sistema de 50.000€.
- Os designados críticos de áudio passam semanas com os equipamentos (segundo dizem ouvem-nos muitas horas) e um blind test dura geralmente quanto muito...
- Tenho em casa 2 leitores de CD com saídas digitais coaxial e óptica, ligados ás entradas digitais do meu processador, tenho deste modo 4 sonoridades diferentes, num primeiro instante as diferenças são ínfimas, mas usando cada uma das opções por períodos alargados as diferenças começam a ser evidentes.
- Em minha opinião os blind test podem servir para separar o trigo do joio, mas não para separar o bom do excelente.
António Pedro
manel1- Equipa Audiopt - Moderação
- Número de Mensagens : 2073
Localização : Lamego
Ocupação : Electromecanico
Interesses : Música, leitura
Data de inscrição : 02/12/2009
Pontos/Reputação : 2465
Re: FLAC Vs CD AUDIO
manel1 escreveu:
- Muitas pessoas não estão treinadas para discernir diferenças de pequena amplitude, simplesmente não sabem bem o que procurar na música, em que se centrar aquando dos blind test para fazer uma análise correcta das diferenças (disse muitas pessoas, não todas, falo apenas das muitas pessoas que conheço).
É apenas "seguir o dinheiro" como dizem os ingleses. As pessoas que supostamente conseguem distinguir as coisas nunca aceitam participar nos testes. E será porque não podem testar semanas e semanas? Tretas. A questão é simples. Quando o teste é bem executado chega a conclusões perigosas para os vendedores de equipamento audio. E quando o teste é bom a malta que faz dinheiro não tenta sequer atacar o teste porque sabe que não teria hipótese.
manel1 escreveu:
- Conheço algumas pessoas que para avaliar a performance de um sistema de som necessitam apenas de alguns minutos, eu digo, preciso de bastante tempo, nomeadamente quando se comparam equipamentos de já com bastante qualidade. Quantas vezes ouvimos um sistema que nos parece muito detalhado, em que parece que se ouve tudo com uma nitidez impressionante e mal sabemos que esse mesmo sistema causa cansaço ao fim de alguns minutos.
O que o colega me está a dizer é que consegue trocar por exemplo o leitor de CD do seu sistema. E usar o novo durante 2,3,4 semanas e ao fim desse tempo dizer: "Este é melhor do que o anterior!!!" ? É que caso seja isso devo lhe dar os parabéns! A minha memória não chega para isso. Eu preciso dos testes em que posso trocar um pelo outro e ouvir um bocado.
manel1 escreveu:
- Tenho em casa 2 leitores de CD com saídas digitais coaxial e óptica, ligados ás entradas digitais do meu processador, tenho deste modo 4 sonoridades diferentes, num primeiro instante as diferenças são ínfimas, mas usando cada uma das opções por períodos alargados as diferenças começam a ser evidentes.
Novamente repito a pergunta anterior. Quando se ouve muito tempo acabamos a ouvir o que realmente lá não está. Estou convicto que se no seu sistema que conhece de forma tão intima fossemos fazer alguns testes não iria conseguir destingir os dois.
Espero que me perdoe este "ataque". Em ultima análise isto da audiophilia é uma boa parte de religião, e outra de $$. Não é fácil aceitar que se gastou mais do que as coisas valem. Mas vale apena ser céptico. O ser humano regra geral é tão desconfiado. Mas qd alguém nos diz que um leitor de CD de 7500€ é que é bom e que ao pé dele um de 100€ não vale nada temos logo que acreditar?
Gustavo
Re: FLAC Vs CD AUDIO
Viva
Gustavo, não quis com os meus comentários fazer nenhum ataque pessoal, pois nem sequer o conheço, nem sequer pretendi sugerir que você e o seu amigo estejam incluídos naquele grupo de pessoas que critiquei, mas basta uma busca no google ou youtube para encontar pessoas a criticar os ditos ''Audiotas'', para eles basta um sistema baratucho e pronto, pois é tão bom como como o material carissimo.
Não nego que existem os ditos ''Audiotas'' que se regulam pelo preço, nestes casos quanto mais caro melhor. Mas não podemos meter todos no mesmo saco, do branco ao preto vão muitos graus de cinzento.
Como em tudo na vida, umas pessoas ficam plenamente satisfeitas com um sistema de som tudo em um que se vende num supermercado, para outras o sistema deve reproduzir o som o mais fiel possível à realidade, neste último caso geralmente é necessário dispender mais dinheiro (componentes electrónicos de melhor qualidade, circuitos mais elaborados, sistemas de correcção de erros (no dominio digital) isolamento electromagnético, controlo de vibrações, etc).
Esta a falar com uma pessoa que tem uma leitor de CD musical Fidelity A3.2 (1500€ quando novo) e que ouve música actualmente num gravador de CD (Marantz DR700 160 contos em novo e que já é bastante antigo) ligado a um processador através de um cabo óptico barato (6€ ou 7€), em vez de utilizar a ligação coaxial que usualmente é considerada de melhor qualidade pelos audiófilos. Troquei os meus cabos que ligam o processador ao amplificador de potência (Audioquest quartz (penso que cerca de 200€ novos) por um cabo DIY de 3€ ou 4€. Em termos técnicos também não sou nenhum ignorante pois para alguma coisa serviu a licenciatura em engenharia electrotécnica e computadores. Para além de tudo, já ando nestas lides do áudio à mais de 20 anos.
Penso que o importante a reter é que qualquer um de nós poderá citar exemplos das opiniões que defendemos e não podemos generalizar como se de uma verdade absoluta se tratasse.
Cumprimentos
Gustavo, não quis com os meus comentários fazer nenhum ataque pessoal, pois nem sequer o conheço, nem sequer pretendi sugerir que você e o seu amigo estejam incluídos naquele grupo de pessoas que critiquei, mas basta uma busca no google ou youtube para encontar pessoas a criticar os ditos ''Audiotas'', para eles basta um sistema baratucho e pronto, pois é tão bom como como o material carissimo.
Não nego que existem os ditos ''Audiotas'' que se regulam pelo preço, nestes casos quanto mais caro melhor. Mas não podemos meter todos no mesmo saco, do branco ao preto vão muitos graus de cinzento.
Como em tudo na vida, umas pessoas ficam plenamente satisfeitas com um sistema de som tudo em um que se vende num supermercado, para outras o sistema deve reproduzir o som o mais fiel possível à realidade, neste último caso geralmente é necessário dispender mais dinheiro (componentes electrónicos de melhor qualidade, circuitos mais elaborados, sistemas de correcção de erros (no dominio digital) isolamento electromagnético, controlo de vibrações, etc).
Esta a falar com uma pessoa que tem uma leitor de CD musical Fidelity A3.2 (1500€ quando novo) e que ouve música actualmente num gravador de CD (Marantz DR700 160 contos em novo e que já é bastante antigo) ligado a um processador através de um cabo óptico barato (6€ ou 7€), em vez de utilizar a ligação coaxial que usualmente é considerada de melhor qualidade pelos audiófilos. Troquei os meus cabos que ligam o processador ao amplificador de potência (Audioquest quartz (penso que cerca de 200€ novos) por um cabo DIY de 3€ ou 4€. Em termos técnicos também não sou nenhum ignorante pois para alguma coisa serviu a licenciatura em engenharia electrotécnica e computadores. Para além de tudo, já ando nestas lides do áudio à mais de 20 anos.
Penso que o importante a reter é que qualquer um de nós poderá citar exemplos das opiniões que defendemos e não podemos generalizar como se de uma verdade absoluta se tratasse.
Cumprimentos
manel1- Equipa Audiopt - Moderação
- Número de Mensagens : 2073
Localização : Lamego
Ocupação : Electromecanico
Interesses : Música, leitura
Data de inscrição : 02/12/2009
Pontos/Reputação : 2465
Re: FLAC Vs CD AUDIO
Há sempre 3 argumentos falaciosos que aparecem repetidamente nestas discussões:
1 - O preço influencia a "capacidade" de avaliação do audiófilo
2 - Os blind tests mostram sempre que as diferenças não existem
3 - Bits são bits
Quanto ao 1), há que reconhecer que as capacidades cognitivas dos humanos sofrem de facto muitas influências (exemplos? attentional blinking, similarity bias, personality bias, etc.) e o preço pode ser uma delas. Mas o que dizer quando o preço baixa em vez de subir? No caso das fontes, os preços têm vindo a baixar muitíssimo, veja-se os casos da Squeezebox, V-DAC, dacmagic, m2tech, etc.
O caso 2) é mais complicado. Já realizei diversas experiências de tipo semelhante, publicadas em revistas e conferências internacionais, não relacionadas com audio mas antes com aspectos da cognição humana (em particular sobre atenção). Tenho pois uma ideia clara das imensas dificuldades em realizar estas experiências. Demoram meses a preparar e têm custos enormes. E cerca de 80% das experiências tende a apresentar como resultado "não há diferenças significativas". Eu para fazer um blind test audio razoável precisava de umas 100 horas de trabalho, pagas a 250€ / hora.
É por causa destes custos e dos resultados vagos que em muitas áreas se tem adoptado uma outra abordagem: perguntar a opinião a peritos! Há também muitos artigos científicos (conheço alguns em áreas que não o audio) que mostram uma boa correlação entre a opinião dos especialistas e as experiências laboratoriais. Por isso mesmo, não é um disparate perguntar a um perito qual é a sua opinião sobre a reprodução sonora de um aparelho audio. O teste é mais barato, rápido e pode ter o mesmo erro estatístico. E estes testes não são normalmente cegos, o perito sabe o que está a avaliar. Se quiserem melhorar os resultados, perguntem a dois peritos.
E além disso é fácil arranjar peritos em audiofilia, nos forums audio... Quanto a mim há uma restrição importante: não podem ser melómanos, pois o foco deve estar no som e não na música (isso explica porque há quem não encontre diferenças em equipamentos distintos, pois afinal a pauta é a mesma...)
Finalmente, o caso 3) esquece que a teoria tem uma realidade prática. Na teoria, os bits são sempre bits. Já no red book vinha dito que a troca de bits num CD era uma ocorrência muito rara. Mas na prática, algures, os bits têm de passar a sinais eléctricos, e isso não é trivial. O problema não é "se" o bit é 0 ou 1 mas "quando" é que é 0 ou 1. Quer no emissor quer no receptor, a decisão sobre se o bit é 0 ou 1 pode ser tomada com uma margem de erro que influencia a reprodução sonora.
1 - O preço influencia a "capacidade" de avaliação do audiófilo
2 - Os blind tests mostram sempre que as diferenças não existem
3 - Bits são bits
Quanto ao 1), há que reconhecer que as capacidades cognitivas dos humanos sofrem de facto muitas influências (exemplos? attentional blinking, similarity bias, personality bias, etc.) e o preço pode ser uma delas. Mas o que dizer quando o preço baixa em vez de subir? No caso das fontes, os preços têm vindo a baixar muitíssimo, veja-se os casos da Squeezebox, V-DAC, dacmagic, m2tech, etc.
O caso 2) é mais complicado. Já realizei diversas experiências de tipo semelhante, publicadas em revistas e conferências internacionais, não relacionadas com audio mas antes com aspectos da cognição humana (em particular sobre atenção). Tenho pois uma ideia clara das imensas dificuldades em realizar estas experiências. Demoram meses a preparar e têm custos enormes. E cerca de 80% das experiências tende a apresentar como resultado "não há diferenças significativas". Eu para fazer um blind test audio razoável precisava de umas 100 horas de trabalho, pagas a 250€ / hora.
É por causa destes custos e dos resultados vagos que em muitas áreas se tem adoptado uma outra abordagem: perguntar a opinião a peritos! Há também muitos artigos científicos (conheço alguns em áreas que não o audio) que mostram uma boa correlação entre a opinião dos especialistas e as experiências laboratoriais. Por isso mesmo, não é um disparate perguntar a um perito qual é a sua opinião sobre a reprodução sonora de um aparelho audio. O teste é mais barato, rápido e pode ter o mesmo erro estatístico. E estes testes não são normalmente cegos, o perito sabe o que está a avaliar. Se quiserem melhorar os resultados, perguntem a dois peritos.
E além disso é fácil arranjar peritos em audiofilia, nos forums audio... Quanto a mim há uma restrição importante: não podem ser melómanos, pois o foco deve estar no som e não na música (isso explica porque há quem não encontre diferenças em equipamentos distintos, pois afinal a pauta é a mesma...)
Finalmente, o caso 3) esquece que a teoria tem uma realidade prática. Na teoria, os bits são sempre bits. Já no red book vinha dito que a troca de bits num CD era uma ocorrência muito rara. Mas na prática, algures, os bits têm de passar a sinais eléctricos, e isso não é trivial. O problema não é "se" o bit é 0 ou 1 mas "quando" é que é 0 ou 1. Quer no emissor quer no receptor, a decisão sobre se o bit é 0 ou 1 pode ser tomada com uma margem de erro que influencia a reprodução sonora.
paa- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 149
Idade : 58
Localização : Lisboa
Interesses : Válvulas, tweaks
Data de inscrição : 08/05/2010
Pontos/Reputação : 297
Re: FLAC Vs CD AUDIO
(...) Em ultima análise isto da audiophilia é uma boa parte de religião, e outra de $$. Não é fácil aceitar que se gastou mais do que as coisas valem. Mas vale apena ser céptico. O ser humano regra geral é tão desconfiado. Mas qd alguém nos diz que um leitor de CD de 7500€ é que é bom e que ao pé dele um de 100€ não vale nada temos logo que acreditar?
Gustavo
Só um pequeno comentário ligeiramente off-topic às declarações do Gustavo. Apesar de este tipo de questões ser recorrente, permitam-me discordar um pouco utilizando para o efeito uma pobre e simples analogia. Sem querer levantar celeuma, mas sendo pragmático, num Kia Picanto faço uma viagem Lisboa - Porto, tal como faria num qualquer Mercedes, Audi ou BMW, é verdade, mas a forma em como faço a viagem será indubitavelmente diferente dependendo da minha escolha. Com o áudio passa-se precisamente o mesmo. Nunca defendi que mais caro é melhor, porque essa linha de raciocínio não é de todo a mais assertiva.
Existe de facto equipamento mais acessível em termos de pricing que consegue competir com elementos duas ou tres vezes mais onerosos, mas daí a dizer que o Kia Picanto tem prestações iguais aos outros carros mais dispendiosos... seria no minimo falacioso. O que sem dúvida se pode afirmar é que o Kia tem uma relação preço-qualidade imbatível, mas dificilmente estará ao nível dos Mercedes, BMW e Audi em termos de atributos.
Para além do mais, não considero que a audiofilia seja uma mistura de fé+ €... Os equipamentos, com mais ou menos testes, período de adaptação auditiva, reviews e pseudo-especialistas ou peritos, valem o que valem... cada um com os seus atributos e funcionalidades.
_________________
https://myaudiophilestore.eu
Castle, Korato, Wattgate, Black Rhodium, Intel, Rega, Musical Fidelity, Mytek, Fezz Audio, Resonessence Labs, Wireworld
Re: FLAC Vs CD AUDIO
Acerca deste tema, parece que está tudo mesmo a querer fazer o enterro ao CD, e aos leitores de CD.
Comprei ontem para ler a nova "HiFi Choice", que vem na capa um novo Pre-amplificador da Classé, com entradas digitais, e que pelo que anunciam, faz maravilhas. Até tem logo na capa em grande o slogan: "The End For CD"
Isto parece-me também já um bocado tendencioso. Parece que anda tudo a querer embarcar á força na onda dos DACs e Streamers, e ficheiros armazenados, como se da 8ª maravilha do mundo se tratasse. E por arrasto, a quererem o mais rapidamente possivel, fazer o funeral ao formato CD.
E quem como eu, que comecei a ouvir musica ainda na altura do vinil, mas que só comecei a ter mais poder de compra já no despoletar da era CD, e que a partir dai é que construi a minha colecção (para mais de 2000+), tem que deitar tudo fora, e/ou começar a rippar os CDs para armazenar e adquirir equipamento para puder ouvir musica a partir de um disco rigido ou PC?
Acho bem, que promovam as novas tecnologias,e as novas possibilidades dentro do hifi sim senhor, mas parece-me a mim, que nem toda a gente está já disposta a dar o "salto" para essa direcção. Eu pelo menos faço questão de continuar ainda por muitos anos com os meus CDs. E não, não me importo de ter que ir mudar o disco de cada vez que acaba de tocar, de ir á prateleira retirar a caixa, e voltar a arrumar, isto a mim não me faz confusão nenhuma, o que não consigo ainda compreender muito bem, é como se paga por um ficheiro em internet, e depois fica-se com coisa nenhuma ... eu prefiro sempre o objecto fisico, a caixinha, o livrete, etc.
Foi só um desabafo.
Comprei ontem para ler a nova "HiFi Choice", que vem na capa um novo Pre-amplificador da Classé, com entradas digitais, e que pelo que anunciam, faz maravilhas. Até tem logo na capa em grande o slogan: "The End For CD"
Isto parece-me também já um bocado tendencioso. Parece que anda tudo a querer embarcar á força na onda dos DACs e Streamers, e ficheiros armazenados, como se da 8ª maravilha do mundo se tratasse. E por arrasto, a quererem o mais rapidamente possivel, fazer o funeral ao formato CD.
E quem como eu, que comecei a ouvir musica ainda na altura do vinil, mas que só comecei a ter mais poder de compra já no despoletar da era CD, e que a partir dai é que construi a minha colecção (para mais de 2000+), tem que deitar tudo fora, e/ou começar a rippar os CDs para armazenar e adquirir equipamento para puder ouvir musica a partir de um disco rigido ou PC?
Acho bem, que promovam as novas tecnologias,e as novas possibilidades dentro do hifi sim senhor, mas parece-me a mim, que nem toda a gente está já disposta a dar o "salto" para essa direcção. Eu pelo menos faço questão de continuar ainda por muitos anos com os meus CDs. E não, não me importo de ter que ir mudar o disco de cada vez que acaba de tocar, de ir á prateleira retirar a caixa, e voltar a arrumar, isto a mim não me faz confusão nenhuma, o que não consigo ainda compreender muito bem, é como se paga por um ficheiro em internet, e depois fica-se com coisa nenhuma ... eu prefiro sempre o objecto fisico, a caixinha, o livrete, etc.
Foi só um desabafo.
nmoc hifi- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 136
Idade : 49
Localização : Setubal
Data de inscrição : 28/05/2007
Pontos/Reputação : 120
Re: FLAC Vs CD AUDIO
nmoc hifi escreveu:Acho bem, que promovam as novas tecnologias,e as novas possibilidades dentro do hifi sim senhor, mas parece-me a mim, que nem toda a gente está já disposta a dar o "salto" para essa direcção. Eu pelo menos faço questão de continuar ainda por muitos anos com os meus CDs. E não, não me importo de ter que ir mudar o disco de cada vez que acaba de tocar, de ir á prateleira retirar a caixa, e voltar a arrumar, isto a mim não me faz confusão nenhuma, o que não consigo ainda compreender muito bem, é como se paga por um ficheiro em internet, e depois fica-se com coisa nenhuma ... eu prefiro sempre o objecto fisico, a caixinha, o livrete, etc.
O Ser Humano gosta de coisas palpáveis...
Deixa que ainda devo cá estar para ver malta a correr aos cd,s como hoje muitos procuram vinil!
Pierre- Membro Audiopt
- Número de Mensagens : 1195
Idade : 53
Localização : Elvas
Interesses : Música, cinema, futebol e petisco.
Data de inscrição : 08/06/2007
Pontos/Reputação : 1079
Re: FLAC Vs CD AUDIO
Pois, acredito que sim.

nmoc hifi- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 136
Idade : 49
Localização : Setubal
Data de inscrição : 28/05/2007
Pontos/Reputação : 120
Re: FLAC Vs CD AUDIO
O CD como formato não tem qualquer apelo: os bits podem ser guardados em qualquer outro lugar, e nem sequer há a vantagem das capas e liner notes em formato grande. Desaparecendo o CD, não se perde nada.
paa- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 149
Idade : 58
Localização : Lisboa
Interesses : Válvulas, tweaks
Data de inscrição : 08/05/2010
Pontos/Reputação : 297
Re: FLAC Vs CD AUDIO
paa escreveu:O CD como formato não tem qualquer apelo: os bits podem ser guardados em qualquer outro lugar, e nem sequer há a vantagem das capas e liner notes em formato grande. Desaparecendo o CD, não se perde nada.
Também já se dizia isso, com todas as deformações no vinil!...

Pierre- Membro Audiopt
- Número de Mensagens : 1195
Idade : 53
Localização : Elvas
Interesses : Música, cinema, futebol e petisco.
Data de inscrição : 08/06/2007
Pontos/Reputação : 1079
Re: FLAC Vs CD AUDIO
O vinil é diferente. Ainda hoje mantém o seu fascínio, não apenas sonoro e visual como também mecânico.
paa- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 149
Idade : 58
Localização : Lisboa
Interesses : Válvulas, tweaks
Data de inscrição : 08/05/2010
Pontos/Reputação : 297
Re: FLAC Vs CD AUDIO
Os estúdios de gravação têm backups das suas gravações em WAV ou FLAC/APE/AAC Lossless?
É obvio que vão ter em formatos comprimidos que não tenham alterações.
WAV->FLAC->WAV o segundo WAV É igual ao primeiro. E aqui coloquei o "e" propositadamente em maiúsculas para não deixar duvidas. Estamos a falar de matematicamente igual. Não é igual em "soa semelhante". É mesmo igual. E quem disser que são diferentes.... Não sabe do que está a falar.
-Tudo isso é muito bonito. Mas e no meu sistema vai soar ao mesmo?
Provavelmente não. E não vai soar porque o fluxo de informação (equipamentos onde a informação vai passar até sair nas colunas) não vai ser o mesmo. E isto provoca alterações. Algumas reais. Muitas imaginárias
Se a pessoa gosta de musica e perde 95% do seu tempo a ouvir a musica e apenas 5% a pensar como poderia melhorar a sua experiência. Força com o FLAC. Se perde mais de 5% a pensar que poderia estar a ouvir melhor.... Mais vale estar quieto
É obvio que vão ter em formatos comprimidos que não tenham alterações.
WAV->FLAC->WAV o segundo WAV É igual ao primeiro. E aqui coloquei o "e" propositadamente em maiúsculas para não deixar duvidas. Estamos a falar de matematicamente igual. Não é igual em "soa semelhante". É mesmo igual. E quem disser que são diferentes.... Não sabe do que está a falar.
-Tudo isso é muito bonito. Mas e no meu sistema vai soar ao mesmo?
Provavelmente não. E não vai soar porque o fluxo de informação (equipamentos onde a informação vai passar até sair nas colunas) não vai ser o mesmo. E isto provoca alterações. Algumas reais. Muitas imaginárias

Se a pessoa gosta de musica e perde 95% do seu tempo a ouvir a musica e apenas 5% a pensar como poderia melhorar a sua experiência. Força com o FLAC. Se perde mais de 5% a pensar que poderia estar a ouvir melhor.... Mais vale estar quieto

Re: FLAC Vs CD AUDIO
Não há nada de errado em armazenar a música em servidores, importante é que os dados estejam bem guardados pelas respectivas cópias, para não acordarmos um dia e constatarmos que temos coisa nenhuma, que o nosso investimento se foi com uma avaria, mas isso já todos sabem e certamente estão avisados para tomar as devidas precauções.
Quem não gosta de chagar a casa e ouvir de imediato aquela música que veio a cantarolar pelo caminho ou aquelas notas que lhe martelam a cabeça, encontrar essa música de um modo rápido. Quantos não gostariam de ter na ponta dos dedos toda a sua música e ouvi-la no instante em que lhe apetece seleccionando-a no seu telemóvel, ou fazer uma lista rápida das músicas que quer ouvir nesse momento? É certo que nem todos gostarão do que descrevo, mas acredito que uma grande parte o deseja.
Nem todas as ministras do interior gostam de ter uma estante dedicada a montes de CD na sua sala de estar, comcordo que a nível estético não é o mais agradável, já bem basta para muitas terem de aturar os aparelhos hi-fi, quanto mais isso.
Só adere aos novos formatos quem quer, quando aparecem novos formatos é normal que haja uma maior divulgação destes, maior publicidade, até porque ha sempre uma maior curiosidade acerca de coisas novas.
Lá por aparecerem novos formatos não significa que os mais antigos, nomeadamente os que tiveram grande aceitação se vão extinguir da noite para o dia, senão vejamos o vinil e os gira-discos.
Confesso que gostaria de um leitor de CD topo de gama, mas isso não significa que não aprecie a comodidade de um sistema tipo sooloos da Meridian ou Linn DS.
E se puder por uma fracção do que custa um leitor de CD ou gira-discos de excelência poder ter um streamer com a mesma qualidade, melhor.
Outra coisa é manter os CD e discos de vinil, porque gostamos de os manusear, afinal de um modo análogo ainda se vendem mobílias com design clássico, ainda há quem aprecie carros antigos. O simples facto de as coisas saírem de moda também proporcionam o prazer a alguns de usufruir de algo que se vai tornando com o tempo um clássico, uma raridade, proporcionando a quem os possui uma certa exclusividade.
Cumprimentos
Quem não gosta de chagar a casa e ouvir de imediato aquela música que veio a cantarolar pelo caminho ou aquelas notas que lhe martelam a cabeça, encontrar essa música de um modo rápido. Quantos não gostariam de ter na ponta dos dedos toda a sua música e ouvi-la no instante em que lhe apetece seleccionando-a no seu telemóvel, ou fazer uma lista rápida das músicas que quer ouvir nesse momento? É certo que nem todos gostarão do que descrevo, mas acredito que uma grande parte o deseja.
Nem todas as ministras do interior gostam de ter uma estante dedicada a montes de CD na sua sala de estar, comcordo que a nível estético não é o mais agradável, já bem basta para muitas terem de aturar os aparelhos hi-fi, quanto mais isso.
Só adere aos novos formatos quem quer, quando aparecem novos formatos é normal que haja uma maior divulgação destes, maior publicidade, até porque ha sempre uma maior curiosidade acerca de coisas novas.
Lá por aparecerem novos formatos não significa que os mais antigos, nomeadamente os que tiveram grande aceitação se vão extinguir da noite para o dia, senão vejamos o vinil e os gira-discos.
Confesso que gostaria de um leitor de CD topo de gama, mas isso não significa que não aprecie a comodidade de um sistema tipo sooloos da Meridian ou Linn DS.
E se puder por uma fracção do que custa um leitor de CD ou gira-discos de excelência poder ter um streamer com a mesma qualidade, melhor.
Outra coisa é manter os CD e discos de vinil, porque gostamos de os manusear, afinal de um modo análogo ainda se vendem mobílias com design clássico, ainda há quem aprecie carros antigos. O simples facto de as coisas saírem de moda também proporcionam o prazer a alguns de usufruir de algo que se vai tornando com o tempo um clássico, uma raridade, proporcionando a quem os possui uma certa exclusividade.
Cumprimentos
manel1- Equipa Audiopt - Moderação
- Número de Mensagens : 2073
Localização : Lamego
Ocupação : Electromecanico
Interesses : Música, leitura
Data de inscrição : 02/12/2009
Pontos/Reputação : 2465
Re: FLAC Vs CD AUDIO
Atenção, eu também acho piada ao ter uma serie de musica armazenada, num dispositivo portatil (ipod, iphone, etc) em que posso escolher o que quero ouvir, e facilmente selecionar, o pretendido. Mas isto fora de cada, em casa, nada substitui os formatos fisicos.

nmoc hifi- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 136
Idade : 49
Localização : Setubal
Data de inscrição : 28/05/2007
Pontos/Reputação : 120
Re: FLAC Vs CD AUDIO
Penso que continua a haver uma confusão com o essencial. A vantagem primordial dos novos formatos "desmaterializados" não está na conveniência em escolher as músicas, ou comprar sem sair de casa, isso dá jeito mas é acessório.
O primordial está na facilidade em melhorar o formato: o CD está congelado nos 16/44, o SACD em 1/2.8M; mas com os formatos FLAC, WAV e outros desmaterializados aparece música em 24/88, 24/96, 24/172, 24/196 e sei lá que outros. Essa flexibilidade, ou se quiserem ausência de standards, tem consequências fantásticas na reprodução sonora. É exactamente por isso que o panorama audiófilo está tão interessante neste momento, como já não o via desde há muito.
O primordial está na facilidade em melhorar o formato: o CD está congelado nos 16/44, o SACD em 1/2.8M; mas com os formatos FLAC, WAV e outros desmaterializados aparece música em 24/88, 24/96, 24/172, 24/196 e sei lá que outros. Essa flexibilidade, ou se quiserem ausência de standards, tem consequências fantásticas na reprodução sonora. É exactamente por isso que o panorama audiófilo está tão interessante neste momento, como já não o via desde há muito.
paa- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 149
Idade : 58
Localização : Lisboa
Interesses : Válvulas, tweaks
Data de inscrição : 08/05/2010
Pontos/Reputação : 297
Re: FLAC Vs CD AUDIO
onga-ku escreveu:
Convém também ter em conta que a maioria dos ficheiros HD que analisei não têm uma gama dinâmica superior a 12bits pelo que não apresentam qualquer vantagem sobre a versão 16bits do CD e aliás muitos dos conversores D/A existentes no mercado não têm uma gama dinâmica superior a 120dB.
Além disso a maioria das gravações analógicas também não permite mais informação do que os 16bits pelo que se forem convertidas directamente para digital (sem qualquer manipulação) nunca irão necessitar de mais bits.
Para além disto... onde é que existe ficheiros ( gravações master lossless) para além das masterizações finais para cd, DA MAIORIA DAS BANDAS DE MÚSICA, analógico ou digital?
Só se houver a partir deste momento uma nova concepção nos estúdios de gravação em que as gravações fiquem salvaguardadas para ficheiros lossless!!! Não me parece.
No entanto ainda se vai vender muita banha da cobra destes novos formatos lossless no futuro, como se a masterização final fosse sem compressão.
Pierre- Membro Audiopt
- Número de Mensagens : 1195
Idade : 53
Localização : Elvas
Interesses : Música, cinema, futebol e petisco.
Data de inscrição : 08/06/2007
Pontos/Reputação : 1079
Re: FLAC Vs CD AUDIO
A maioria das masterizações realizadas nos últimos anos tem sido realizada em DSD (correspondente a 20 bits/96), DSD-wide ou DXD (24 bits/352). Portanto, os masters existem.
Até aos anos 70, uma parte significativa das masterizações era feita para tape, com uma resolução muito superior quer ao vinil quer ao CD. Portanto esses masters também existem. Eis um exemplo:
Getz Gilberto - Remasterizado por Phil Schaap a partir das tapes originais - 30 IPS multi-track tape, segundo as liner notes. A diferença da versão CD 16/44 remasterizada em 1989 para o CD Getz A Go Go é impressionante, fruto de um cuidado superior no processamento (e limpeza da tape). Tenho ainda a versão SACD, melhor que o CD de 1989, onde se nota um palco maior, maior resolução e maior presença no palco. A versão FLAC 24/96 da hdtracks, que presumo corresponder a um novo resampling da versão remasterizada em 1989 consegue ser ainda melhor.
Outros exemplos de master tapes antigas e com som 24/96 excepcional:
Ella and Louis, da verve, de 1956
Bil Evans, Waltz for Debby, de 1961
Milt Jackson, Bags Meets Wes!, de 1962
Portanto os masters existem! E têm excepcional qualidade, em particular os da verve.
Mas claro que há excepções. Estive esta semana a ouvir as gravações dos Rolling Stones ABKCO a 24/172, da hdtracks, convertidas para 24/96 (o limite do meu DAC) e, apesar de uma melhor recriação do ambiente em estúdio, o resultado não é excepcional. Muito provavelmente as master tapes não foram produzidas com grande cuidado e os microfones não ajudaram (a música é boa, o som é que não). Ficarei também grato a quem me conseguir indicar uma boa gravação do Eric Clapton (que não o unplugged).
O problema é particularmente grave nos anos 60-70, penso eu porque os engenheiros de som de algum blues/pop/rock, além de não ligarem muito à qualidade do som (ou na verdade quererem um som mais rude), simplesmente não acreditaram que seria preciso masterizar a pensar num futuro para além dos 16/44.
Nos anos 80 a situação terá melhorado, um exemplo fantástico:
Albert King, Stevie Ray Vaughan, in Session, de 1983, que oferece um extraordinário insight sobre a relação entre os músicos.
As minhas conclusões:
1. Existe a possibilidade real de as queixas que apresentam quanto às master tapes (serem más, não existirem ou não terem gama dinâmica) estarem associadas a "certo tipo" de música. Isso não se aplica ao jazz, ou pelo menos às gravações da verve dos anos 50 e 60.
2. O comentário de que a gama dinâmica nas gravações a 24/96 não existe pode ser exactamente a causa do mau trabalho que alguns engenheiros de som têm vindo a realizar. Afinal se acham que não existe, não vale a perder tempo a fazer uma boa recolha, mistura e transcrição...
E pur si muove...
Até aos anos 70, uma parte significativa das masterizações era feita para tape, com uma resolução muito superior quer ao vinil quer ao CD. Portanto esses masters também existem. Eis um exemplo:
Getz Gilberto - Remasterizado por Phil Schaap a partir das tapes originais - 30 IPS multi-track tape, segundo as liner notes. A diferença da versão CD 16/44 remasterizada em 1989 para o CD Getz A Go Go é impressionante, fruto de um cuidado superior no processamento (e limpeza da tape). Tenho ainda a versão SACD, melhor que o CD de 1989, onde se nota um palco maior, maior resolução e maior presença no palco. A versão FLAC 24/96 da hdtracks, que presumo corresponder a um novo resampling da versão remasterizada em 1989 consegue ser ainda melhor.
Outros exemplos de master tapes antigas e com som 24/96 excepcional:
Ella and Louis, da verve, de 1956
Bil Evans, Waltz for Debby, de 1961
Milt Jackson, Bags Meets Wes!, de 1962
Portanto os masters existem! E têm excepcional qualidade, em particular os da verve.
Mas claro que há excepções. Estive esta semana a ouvir as gravações dos Rolling Stones ABKCO a 24/172, da hdtracks, convertidas para 24/96 (o limite do meu DAC) e, apesar de uma melhor recriação do ambiente em estúdio, o resultado não é excepcional. Muito provavelmente as master tapes não foram produzidas com grande cuidado e os microfones não ajudaram (a música é boa, o som é que não). Ficarei também grato a quem me conseguir indicar uma boa gravação do Eric Clapton (que não o unplugged).
O problema é particularmente grave nos anos 60-70, penso eu porque os engenheiros de som de algum blues/pop/rock, além de não ligarem muito à qualidade do som (ou na verdade quererem um som mais rude), simplesmente não acreditaram que seria preciso masterizar a pensar num futuro para além dos 16/44.
Nos anos 80 a situação terá melhorado, um exemplo fantástico:
Albert King, Stevie Ray Vaughan, in Session, de 1983, que oferece um extraordinário insight sobre a relação entre os músicos.
As minhas conclusões:
1. Existe a possibilidade real de as queixas que apresentam quanto às master tapes (serem más, não existirem ou não terem gama dinâmica) estarem associadas a "certo tipo" de música. Isso não se aplica ao jazz, ou pelo menos às gravações da verve dos anos 50 e 60.
2. O comentário de que a gama dinâmica nas gravações a 24/96 não existe pode ser exactamente a causa do mau trabalho que alguns engenheiros de som têm vindo a realizar. Afinal se acham que não existe, não vale a perder tempo a fazer uma boa recolha, mistura e transcrição...
E pur si muove...
paa- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 149
Idade : 58
Localização : Lisboa
Interesses : Válvulas, tweaks
Data de inscrição : 08/05/2010
Pontos/Reputação : 297
Re: FLAC Vs CD AUDIO
paa escreveu:
O problema é particularmente grave nos anos 60-70, penso eu porque os engenheiros de som de algum blues/pop/rock, além de não ligarem muito à qualidade do som (ou na verdade quererem um som mais rude), simplesmente não acreditaram que seria preciso masterizar a pensar num futuro para além dos 16/44.
Eu diria mais... os produtores destas decadas, estavam envolvidos em grandes expoentes de criatividade, álcool e fumarada... o resultado foi, com boas ou más masterizações, álbuns e sonoridades eternas.
Pierre- Membro Audiopt
- Número de Mensagens : 1195
Idade : 53
Localização : Elvas
Interesses : Música, cinema, futebol e petisco.
Data de inscrição : 08/06/2007
Pontos/Reputação : 1079
Re: FLAC Vs CD AUDIO
Obrigado João Paulo pelo link que compartilho aqui com os restantes foristas:
http://thewelltemperedcomputer.com/KB/WAV-FLAC.htm
http://thewelltemperedcomputer.com/KB/WAV-FLAC.htm
_________________
https://myaudiophilestore.eu
Castle, Korato, Wattgate, Black Rhodium, Intel, Rega, Musical Fidelity, Mytek, Fezz Audio, Resonessence Labs, Wireworld
Re: FLAC Vs CD AUDIO
Podem também ver os resultados experimentais do impacto do CPU no sinal produzido pela Squeezebox Touch:
http://forums.slimdevices.com/showpost.php?p=610116&postcount=329
Mas para os verdadeiramente experimentalistas, não há nada como fazer um teste simples:
- Ponham um CD empilhado em cima do CD que querem ouvir, normalmente as gavetas dos leitores de CD não têm problemas com isso
- Agora ouçam a ver se há diferenças
Muitas vezes o que se passa é que o leitor tem mais dificuldades em ler o CD, não perde bits, mas tem de mandar o braço do leitor andar para trás e para a frente, o que modula a fonte de alimentação, que por sua vez afecta o sinal de saídas.
Os bits são os mesmos, mas não a música.
Não creio que funcione com leitores de CD musculosos, mas eu tenho um antigo Sony 337ESD, do tempo em que não se usavam plásticos nem drives de PC, que mostra bem as diferenças.
http://forums.slimdevices.com/showpost.php?p=610116&postcount=329
Mas para os verdadeiramente experimentalistas, não há nada como fazer um teste simples:
- Ponham um CD empilhado em cima do CD que querem ouvir, normalmente as gavetas dos leitores de CD não têm problemas com isso
- Agora ouçam a ver se há diferenças
Muitas vezes o que se passa é que o leitor tem mais dificuldades em ler o CD, não perde bits, mas tem de mandar o braço do leitor andar para trás e para a frente, o que modula a fonte de alimentação, que por sua vez afecta o sinal de saídas.
Os bits são os mesmos, mas não a música.
Não creio que funcione com leitores de CD musculosos, mas eu tenho um antigo Sony 337ESD, do tempo em que não se usavam plásticos nem drives de PC, que mostra bem as diferenças.
paa- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 149
Idade : 58
Localização : Lisboa
Interesses : Válvulas, tweaks
Data de inscrição : 08/05/2010
Pontos/Reputação : 297
Re: FLAC Vs CD AUDIO
paa escreveu:
Mas para os verdadeiramente experimentalistas, não há nada como fazer um teste simples:
- Ponham um CD empilhado em cima do CD que querem ouvir, normalmente as gavetas dos leitores de CD não têm problemas com isso
- Agora ouçam a ver se há diferenças
Este "truque" não é perigoso? O coeficiente de atrito entre dois cds vai ser baixo. Isso vai fazer com que "facilmente" deslizem entre eles. Isso pode provocar riscos e afectar a qualidade não?
Uma coisa que eu fiz em tempos num leitor de CD-Rom que estava a dar problemas de agarrar mal o CD e "deslizar" foi colocar borracha fina (luvas de latex) nas partes que agarram o CD. Naquele caso ajudou e o leitor durou mais uns anos.
Re: FLAC Vs CD AUDIO
Não dou garantias....
Mas a ideia é perder atrito para forçar o motor e assim modular a fonte
Mas a ideia é perder atrito para forçar o motor e assim modular a fonte
paa- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 149
Idade : 58
Localização : Lisboa
Interesses : Válvulas, tweaks
Data de inscrição : 08/05/2010
Pontos/Reputação : 297
Re: FLAC Vs CD AUDIO
Há muito que tenho aproveitado o facto de ter um DAC externo para apreciar musica em FLAC seja ela a 16/44.1kHz ou a 96kHz.
Até tenho musica a resoluções superiores e o DAC até as aceita dado que usa o dito "milagroso" chip da AKM presente nos Esoteric's mas infelizmente a 192kHz/24Bit sobre S/PDIF é inviavel... quem diz o contrário... enfim vou-me calar que agora a conversa não é essa.
Mas dizia eu, que há algum tempo que desfruto das maiores valias do METADATA só que tenho estado cada vez mais curioso com algumas soluções que tem saído.
Estive durante muito tempo inclinado para aderir ao PWD da PS Audio com a placa Bridge mas muito honestamente, o facto de não conseguir ler os ficheiros gapless pelo facto de o pequeno ARM estar a fazer transcoding on the fly para PCM e o buffer ser limitado irrita-me só de pensar.
Tudo bem que 99% para não dizer 100% do que a maioria das pessoas tem a 16/44.1 está, ou deveria de estar
, armazenado num unico flac com uma cue sheet associada e como tal a questão do gapless do PWD é uma não questão.
Mas para o resto...
Alguém aqui tem tido experiencia directa no dia-a-dia com o PWD ou com o Linn DS?
Tenho acompanhado os foruns dos respectivos fabricantes e apesar da opinião geral ser muito boa a respeito dos mesmos... parecem-me existir ainda muitos bugs no que diz respeito a todas as soluções presentes no mercado de Media Renderers... Talvez o Soloos seja o unico que se escape.
Opiniões?!
Até tenho musica a resoluções superiores e o DAC até as aceita dado que usa o dito "milagroso" chip da AKM presente nos Esoteric's mas infelizmente a 192kHz/24Bit sobre S/PDIF é inviavel... quem diz o contrário... enfim vou-me calar que agora a conversa não é essa.
Mas dizia eu, que há algum tempo que desfruto das maiores valias do METADATA só que tenho estado cada vez mais curioso com algumas soluções que tem saído.
Estive durante muito tempo inclinado para aderir ao PWD da PS Audio com a placa Bridge mas muito honestamente, o facto de não conseguir ler os ficheiros gapless pelo facto de o pequeno ARM estar a fazer transcoding on the fly para PCM e o buffer ser limitado irrita-me só de pensar.
Tudo bem que 99% para não dizer 100% do que a maioria das pessoas tem a 16/44.1 está, ou deveria de estar

Mas para o resto...
Alguém aqui tem tido experiencia directa no dia-a-dia com o PWD ou com o Linn DS?
Tenho acompanhado os foruns dos respectivos fabricantes e apesar da opinião geral ser muito boa a respeito dos mesmos... parecem-me existir ainda muitos bugs no que diz respeito a todas as soluções presentes no mercado de Media Renderers... Talvez o Soloos seja o unico que se escape.
Opiniões?!
tiff_needle- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 12
Data de inscrição : 01/10/2007
Pontos/Reputação : 9
Re: FLAC Vs CD AUDIO
Estando garantido o isolamento para o DAC, derivado de uma ligação assíncrona, escapam-me as razões para não usar por exemplo um mac mini ligado directamente ao DAC. Digo isto não de forma teórica mas depois de experimentar todo o tipo de possibilidades. Um computador pequeno, silencioso, com software adequado para gerir grandes quantidades de música, actualizável e flexível, capaz de interagir com outros dispositivos de controlo, com software actualizável, acaba sempre por ganhar dos pontos de vista operacional e financeiro.
Talvez envergonhe quem quiser ter um rack cheio de material audiofilo. Eu sigo uma abordagem mais zen: só tenho o amplificado à vista, o resto está escondido.
Talvez envergonhe quem quiser ter um rack cheio de material audiofilo. Eu sigo uma abordagem mais zen: só tenho o amplificado à vista, o resto está escondido.
paa- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 149
Idade : 58
Localização : Lisboa
Interesses : Válvulas, tweaks
Data de inscrição : 08/05/2010
Pontos/Reputação : 297
Re: FLAC Vs CD AUDIO
Será um Uniti?

_________________
https://myaudiophilestore.eu
Castle, Korato, Wattgate, Black Rhodium, Intel, Rega, Musical Fidelity, Mytek, Fezz Audio, Resonessence Labs, Wireworld
Re: FLAC Vs CD AUDIO
vfarias escreveu:Será um Uniti?![]()
Jamais! É antes um separauniti. Isto é o que está escondido:
- Servidor imac (com mais de 5 anos)
- Squeezebox touch ligado por ethernet aos servidor (funciona apenas para converter ethernet em spdif

- V-DAC ligado ao touch por spdif coaxial
Bem à vista (pelo tamanho e calor):
- Pass F5
paa- utilizador iniciado
- Número de Mensagens : 149
Idade : 58
Localização : Lisboa
Interesses : Válvulas, tweaks
Data de inscrição : 08/05/2010
Pontos/Reputação : 297
Re: FLAC Vs CD AUDIO
Estava-me só a meter contigo! hehehehhe... Coisas escondidas é bom para o FAF (Factor de Aprovação Feminino), pode não ser bom para o áudio, leia-se esparguete!
Abraço!
Abraço!
_________________
https://myaudiophilestore.eu
Castle, Korato, Wattgate, Black Rhodium, Intel, Rega, Musical Fidelity, Mytek, Fezz Audio, Resonessence Labs, Wireworld
Página 2 de 3 • 1, 2, 3
Fórum audiopt.net :: audio :: Fontes
Página 2 de 3
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
|
|